Tuesday, December 26, 2006

"fantasmas", por eric novello* (aguarrás)

Você pode não perceber, mas o cinema é mais do que impulso. Há técnica, estrutura narrativa, posicionamento de câmera e uma série de elementos que ao se somarem tendem à invisibilidade diante do espectador comum. É o que chamamos de filme. Fantasmas – dirigido por Bruno Diel e Luiz de Pina – trabalha a linguagem no limiar, quase em ponto de rompimento, com o cuidado de não sufocar os significados com os simbolismos.

No curta, duas personagens dividem um galpão em um edifício abandonado. Nosso primeiro contato é com uma mulher de olheiras profundas, quase um zumbi. Tudo que a envolve carrega a inércia, um meio contínuo sem início ou fim. Ela é a estagnação. Destrói lembranças e rompe os vínculos com a existência da memória, trancafiada em um cubo de concreto, seu limbo particular. Nem preto nem branco, ele é somente cinza. Em seguida, somos apresentados a um homem cansado que sofre subindo a escada de sua rotina. Ele está machucado, sangra. O que parece ruim na verdade é um ponto positivo, pois com o sangue há vida, o que o diferencia da mulher e cria a opção de libertação. Nos duelos simbólicos que se seguem entre os dois cabem diversas leituras, a prisão da rotina, a prisão da família, a prisão da falta de ação diante da vida. Ele, parece, quer avançar. Ela, sentada, se limita a mexer sua panela com o mesmo movimento circular.

Um dos signos em Fantasmas é a borboleta, referencial máximo da transformação. Há também uma carta, com efeito devastador não pelo conteúdo, mas pela sua existência, um possível lembrete da força da informação. São pequenas pistas de objetivo dramático não por levar a uma grande revelação, que não existe, mas por conduzir o espectador ao clímax dos acontecimentos, o momento da decisão entre o seguir em frente e o permanecer no mesmo lugar.

***
Eric Novello é escritor e roteirista, formado no Instituto Brasileiro de Audiovisual - Escola de cinema Darcy Ribeiro.
aguarras.com.br

Wednesday, December 20, 2006

"fantasmas" (ecdr, 2005)

ficha técnica "fantasmas"

"Fantasmas" - ficção, 15min., mini-dv

Curta-metragem de graduação dirigido por Bruno Diel e Luiz de Pina pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro (Rio de Janeiro, 2005)

Sinopse: Mãe e filho vivendo em condições de extrema pobreza disputam a posse de umacarta que esconde algo revelador, mas a mãe fará tudo para não permitir que o filho a leia.

ELENCO
Maria Amélia Menezes
Chico Braga
Joana Seibel

EQUIPE TÉCNICA
Direção: Bruno Diel e Luiz de Pina
Roteiro: Roberta de Freitas, Tereza Karabtchevsky e Luiz de Pina
Produção: Bruno Diel e Luciana Alcaraz
Direção de Fotografia: Claudio Brandão
Direção de Arte: Claudio Egídio Hudolph
Edição: Felippe Mussel
Som direto: José Valmórbida, Paulo Felipe, Guga Brandão
Edição de Som: Felippe Mussel e Fernando Villas
Música: Radiohead
Assist. de direção: Luciana Alcaraz
Câmera: Joana Luz
Câmera adicional e assist. de fotografia: Rodrigo Graciosa
Platô: Silvio de Andrade
Maquiagem e caracterização: Fernanda Santoro
Continuidade e boletim de câmera: Carla Dutra
Assist. de edição: Fábio de Melo e Gabriela Paschoal
Eletricista: Renato Marcelino
Alimentação: Dona Tereza
Design gráfico: Bruno Diel
Supervisão de Roteiro e Direção: Paulo Halm

making-off "fantasmas"

















"fantasmas", por eric novello*

Todo mundo tem os seus fantasmas, alguns mais reais do que outros. Sábado passado Bruno Diel e Luiz de Pina exibiram alguns muito peculiares (o curta-metragem dirigido por eles foi originalmente escrito por Roberta de Freitas e Tereza Karabtchevsky). Apesar dos limites de tempo que caracterizam um curta, os diretores conseguiram explorar elementos de linguagem sem se desconectarem completamente de significados. Ao contrário, usaram esse fio em ponto de rompimento como mais um valor de sua história pós-morte.

Na estória, duas personagens (mãe e filho?) dividem um galpão abandonado em um edifício onde há poucos objetos, uma cadeira, e nada mais. Se a princípio parecem dois moradores de rua, ou versões modernas de sem tetos, logo se percebe que ambos são os fantasmas do título.

Nosso primeiro contato é com a mulher -- seus cabelos não estão nem penteados nem desarrumados, suas olheiras não são normais, mas não a transformam em um zumbi. Tudo que a envolve dá a idéia de inércia, sem início, sem fim, apenas meio. Ela destrói lembranças, rompe os vínculos com a existência da memória para poder existir somente naquele cubo de concreto. Quase como se aceitasse sua auto-condenação, por medo ou qualquer outro motivo, ou mesmo preferisse a ilusão do perfeito ao invés da vida real.

Os dois estão mortos (?), presos em uma espécie de limbo particular, sem cor, que não é preto, não é branco, é cinza. Poderiam estar vivos também e ter uma vida de merda, o que os tornaria mortos de qualquer forma e faria de suas vidas o limbo metafórico. Há muitos "vivos" que caminham nesse limite. Como nos casos da vida real, há uma falta de consciência da parte dos fantasmas em questão. Eles vivem uma rotina que se repete inesgotavelmente.

Vemos o homem pela primeira vez quando sobe a escada, mas na sua expressão nos mostra que sempre esteve lá, que sempre subiu aquela escada. A mulher, por sua vez, cozinha algo que nunca fica pronto, vive em seu galpão de miudezas como se houvesse uma vida inteira dentro daquela panela, por mais que seu rosto nos mostre o absoluto vazio. Essa mulher, possível mãe, tem a expressão de eternidade, parece a prisão familiar da qual algumas pessoas não escapam nunca. Já o homem, que nos é apresentado machucado, ferrado, em movimento, mostra que ele tenta, ele ainda sangra, se há sangue há vida, está em um estado de transição que se permite libertar.

Um dos signos do filme é a borboleta. O símbolo clássico da transformação, o que nos indica um possível rompimento da inércia, também intuído pelo subir das escadas do homem, diferente do andar para frente e para trás da mulher, no seu círculo contínuo ao mexer a panela. Nesse meio tempo surge a terceira personagem, uma mensageira que anuncia "não abra a carta". Essa carta, vermelha, pulsante, é vista nas mãos da mãe, que a abre hipnotizada. Não sabemos o seu conteúdo, dela só conhecemos a cor luminosa. A mulher/mensageira, ao pedir que não se leia a carta/mensagem, cria um efeito paradoxal, um curto-circuito em um universo circular, de repetições que devia funcionar sem interferências. O efeito causado na cabeça do homem é mais importante do que a possível mensagem existente no envelope. Curiosamente, o homem obedece à mensageira e, por força das circunstâncias, não abre a carta.

Ao perguntar de sua existência para a mãe, esta a nega, ainda que a tenha visto há pouco (ou há uma eternidade -- quanto duraria aquela escada?). Ela não mente, destinada a esquecer, ela só diz o que sabe. Disposta a manter o ciclo infindável, continua a preparar sua comida. O homem, seguindo não a razão (em nenhum momento demonstra razão), mas o seu instinto de fuga, olha pela janela, encara a luz, vê cruzes em canos e janelas, um cemitério de concreto ao seu redor. No seu estado manco, um símbolo de estado intermediário entre o que pode escapar e o que está prestes a parar no tempo, ele enfrenta a mulher, enfurecido. Não aceita a comida, não aceita o esquecimento. Derruba o prato. O espírito da mulher, assustado, arma-se com uma faca, mas é incapaz de vencer a inércia. O homem aproveita para se expor, ameaçá-la com sua própria fraqueza e assim ela sucumbe. Em um abraço cinematográfico o homem enfia a faca na mulher, rompe com o ciclo eterno, assume o controle do seu caminho, alcança a luz. Quando joga a faca no chão, vemos a última manifestação de cor (ou talvez a primeira de sua nova fase), o vermelho. O vermelho do envelope proibido que faz inveja a David Lynch.

***
*Eric Novello é formado em roteiro pela ECDR

Tuesday, October 10, 2006

geração xl, agora em hdv*














A terceira geração da conhecida e premiada XL-1, da Canon, já está aí, mas agora em HDV. A XL H1 é um passo esperado desde o lançamento de sua antecessora, a XL2, que, surpreendentemente, não gravava em HDV, um formato em que a Canon teve uma importante participação juntamente com a Sharp, a Sony e a JVC, por ocasião de sua apresentação, em setembro de 2003.

Todos sabem que o êxito que a Canon obteve com a XL-1 não foi apenas no mercado semiprofissional, mas também no mercado profissional e broadcast. Isso foi algo que surpreendeu a própria empresa e a razão por que ela acaba agora de apresentar a terceira geração dessa cam-corder, a atual “estrela da companhia”, e considerada por seus responsáveis como a “única” profissional.

A Canon é uma excelente fabricante de objetivas (e de tecnologia de consumo, evidentemente). Ela fabrica óticas excepcionais, em cuja gama estão incluídos alguns dos melhores produtos de alta definição atualmente disponíveis. Algo importante, se levarmos em conta que a estratégia da Canon é não “atirar pedras no próprio telhado”. Ou seja, algumas objetivas HD custam dez vezes mais do que a cam-corder XL H1, e a própria Canon não está muito interessada em que uma câmera “semiprofissional” tire mercado dos clientes diretos, que são fabricantes de câmeras no mercado broadcast e de alta definição. Dizemos isso porque achamos que também na época a Canon não pensava que, com sua XL-1, iriam ser realizados tantos videoclipes, gravações para televisão, anúncios e filmes. Foi, sem dúvida, uma autêntica revolução dentro do DV. Agora que finalmente apresenta a XL H1, com as mesmas características, ainda que em alta definição, a Canon quis também lhe dar um aspecto muito mais sério e profissional.

De qualquer forma, e depois de um passo de certo modo chocante com a aparição algo tardia da XL2, a XL H1 vem confirmar que a Canon continua a apostar na produção de qualidade. O preço aumentou (agora custa quase US$ 10 mil), o que significa que não se dirige unicamente (pelo menos no princípio) ao mercado semiprofissional.

A qualidade também aumentou (quatro vezes mais definição), a objetiva (de 16X da XL2 passou para 20X), a consistência, o peso, a aparência... Em geral, a Canon continua a acreditar na qualidade dessa câmera, e, ainda que não pretenda dar a imagem de que é excepcional para todo tipo de produção, “esse modelo está preparado fundamentalmente para pequenos estúdios, e creio que para as necessidades de diferentes mercados... Eu acho que respondemos a inúmeras necessidades com essa câmera... sendo perfeita para pequenos estúdios, pequenas produtoras e inclusive para cineastas independentes, já que grava a 25 frames em modo progressivo”, assegurou à Produção Profissional Jeroen Barsingerborn, o responsável da gama de vídeo profissional da Canon, na ostentosa apresentação desse modelo em Londres. Essa última informação, de que grava a 25P e não em 24P, é um dos dados que mais nos surpreenderam em comparação com outros modelos HDV, pois, ao procurar colar-se ao cinema independente, seria mais lógico a adoção direta do 24P (o número de frames da película). De qualquer modo, a XL H1 pode ser programada para gravar a 50i/60i, PAL/NTSC e inclusive a 24F e 30F (cadências que existem nos modelos vendidos nos EUA); no entanto, trata-se de um upgrade opcional que pode ser efetuado num centro de assistência técnica autorizado da Canon.

À primeira vista, parece que nos encontramos perante uma das melhores resoluções em câmeras HDV, principalmente graças à grande (e pesada) objetiva 20X da Canon; mas, como sempre dissemos nesse tipo de câmera de última geração, talvez se sinta a falta da gravação em disco rígido (dispõe de um obturador mecânico para captar imagens fixas de 1.920 X 1.080 num cartão SD/MMC, mas apenas para fotografias), sobretudo ao tratar-se de uma camcorder que grava HDV em MPEG-2 a 25 Mbps (e temos de recordar que em cassetes MiniDV não é possível gravar maior taxa de informação).

A câmera

O novo modelo é muito similar quanto à estética, ao estilo e às características da XL2, que se converteu irremediavelmente num passo intermediário, e seguramente numa boa opção para todos aqueles que pretendem continuar a produzir em SD (em 16:9), já que agora o preço baixará naturalmente. No entanto, aquela que poderia ser a XL3 (a referência H1 é como começar de novo para a Canon) agora adota a cor preta, que a torna mais séria e profissional e, numa primeira impressão, ao ter a camcorder em nossas mãos, parece ter mais poder e robustez.

Essa sensação deve-se claramente ao fato de ser mais pesada do que sua antecessora, o que permite maior estabilidade quando gravamos com a câmera no ombro. Nessas ocasiões, seu manuseio é praticamente igual ao da XL2, ainda que, para os românticos das objetivas convencionais de baioneta, não deixe de ser algo embaraçoso a pequena roda para o diafragma criado para essas câmeras ou que essa estupenda objetiva 20X careça de marcas externas de foco (para quando não há opção de ver pelo visor, onde, aqui sim, existem marcas eletrônicas). De qualquer modo, a nova objetiva XL mostra aos usuários os dados relativos à distância na tela do visor eletrônico – EVF – de 2,4”.

Resumindo, esse novo destaque da linha de câmeras digitais da Canon, a XL H1, grava HDV em MPEG-2 a 25 Mbps em 1080/50i, em cassetes MiniDV, usando o novo processador DIGIC DVII para processamento de alta definição e, graças ao modo de gravação progressivo (25F), tira proveito direto de seus três CCDs de 1/3”, de 1,67 megapixel. Com isso, a XL H1 integra, provavelmente, a maior definição dentro da gama HDV e, com o DIGIC DVII, um processamento em paralelo que permite captar simultanea-mente imagens fixas e de vídeo, o que resulta numa ferramenta ideal para a rea-lização de storyboards.

A XL H1 tem ainda uma ampla gama de conexões de entradas e saídas na câmera, incluindo uma saída HD-SDI incorporada (através de um conector BNC), entrada e saída de timecode, entrada de sincronismos e compatibilidade com a entrada de linha de áudio em XLR. Desde o início, os conectores TC in e TC out revelam que a Canon não ignorou as pretensões de muitos profissionais que, aceitando gravar imagem em HDV, não desejam comprometer o áudio e preferem registrá-lo externamente, necessitando para isso do código de tempo respectivo.

Quanto à ótica, a expe-riên-cia da marca no mercado de televisão profissional tornou possível que a XL H1 incorpore a nova objetiva de zoom ótico HD VIDEO 20X, desenvolvida especialmente pelos engenheiros da Canon e que proporciona toda a qualidade necessária para as imagens de alta definição com um mínimo de compromissos para corresponder ao preço solicitado. Tal como com suas irmãs XL1 e XL2, é também possível colo-car todo tipo de objetivas XL, ainda que no momento só exista em alta definição a HD VIDEO 20X em fluorite, de 1/3”. Quem quiser utilizar objetivas HD de 1/2 e 2/3 terá de aguardar pelos adaptadores que já estão sendo certamente desenhados pelas empre-sas dessa área.

Segundo as informações da própria Canon, a objetiva “L” XL 5,4-108 mm tem um sistema de estabilização ótica da imagem por prisma de ângulo variável (VAP OIS), proporcionando imagens perfeitas com cores autênticas, o que é, sem dúvida, uma das vantagens dessa câmera. Compatível com o sistema de objetivas intercambiáveis Canon XL, graças ao novo multirrevestimento das lentes (revestimento SR), foram eliminadas praticamente todas as luzes parasitas e foram reduzidas ao mínimo as aberrações cromáticas da objetiva. Mediante a focagem assistida (ampliação e picos), a objetiva oferece uma ampla gama de distâncias focais e inclui uma série de funções adicionais selecionáveis. Graças a seu diafragma circular, é possível conseguir um belo efeito de desfoque do fundo, enquanto um novo mecanismo de anel de foco eletrônico possibilita ajustes mais precisos. A objetiva dispõe de seleção de filtros gêmeos de densidade neutra (1/6 e 1/32), assim como funções de pré-ajuste com cópia de segurança na memória. A câmera memoriza os pontos de foco e de zoom para diferentes objetivas, inclusive quando essas são desmontadas do corpo da câmera, voltando logo aos mesmos ajustes a velocidades variáveis com uma precisão extrema.

Características

A Canon XL H1 é perfeitamente compatível com a maioria das normas de transmissão existentes em todo o mundo (1080i) e permite assim integrar produção em alta definição com um custo baixo, tanto para produtoras de televisão quanto para cineastas com baixo orçamento e todos os outros usuários de câmeras de vídeo. Graças à funcionalidade HD-SDI, a XL H1 oferece conexões profissionais de série, abrindo uma ampla gama de possibilidades de produção adicionais a seus usuários.

Além disso, a XL H1 pode ser integrada num meio de estúdio profissional, já que a entrada de interconexão permite que a câmera seja utilizada como parte de uma produção com várias câmeras. A XL H1 incorpora também funções melhoradas de cinema digital, tais como os novos ajustes de gama e matriz de cor (Cine2), que proporcionam um aspecto adequado para a transferência para película e dispõem de velocidades de gravação ajustáveis e captação em vídeo a 25F.

Em termos de controle de imagem, a XL H1 conta com dois filtros de redução de ruído (NR1 e NR2), matriz de cor, temperatura de cor para o balanço dos brancos e controles para o detalhe e a nitidez. Dispõe de controle manual completo sobre uma ampla gama de ajustes e variáveis da gravação: os pré-ajustes personalizados também podem ser guardados no cartão SD/MMC, um tipo de função até aqui exclusivo de câmeras broadcast.

Em relação ao áudio, a XL H1 inclui duas entradas profissionais XLR, como as antecessoras XL2 e XL1s, registrando um total de quatro canais de áudio digital, infelizmente da mesma qualidade sofrível de 16 bit que suas concorrentes HDV, com compressão MPEG-1 Audio Layer II (MP2).

Quanto ao novo software Canon Console, é uma ferramenta opcional para computadores pessoais que permite o controle a distância da XL H1, através de FireWire. Esse software permite o controle das imagens mediante funções personalizadas de pré-ajuste, monitor de forma de onda e vetorscópio e focagem assistida. Permite também o controle a distância da câmera, incluindo a ativação do zoom, do foco, o balanço dos brancos, o diafragma e os ajustes da velocidade do obturador. Além disso, o software faz a gestão da gravação e da reprodução dos dados HDV e dos dados DV, podendo ser baixado a partir da página web da Canon (por enquanto apenas para PC, mas está prevista uma versão para Mac).

Conclusão

Podemos dizer que estamos falando de uma camcorder com uma qualidade excepcional (com quatro vezes mais definição do que a XL1 e XL2), que se junta à oferta atual de camcorders, superando em aspectos-chave algumas das especificações de suas rivais HDV, tal como na saída e entrada de timecode, objetiva 20X, resolução nativa e formato de gravação HDV a 25 Mbps. A proposta Z1 da Sony superou todas as expectativas por ser seguramente a primeira e por vender dezenas de milhares de unidades em poucos meses. A JVC, com sua aposta GY-HD100 na gama ProHD, orienta-se bastante mais para usuários no cinema independente ao incluir a gravação a 24P, possuir uma excelente ergonomia e permitir objetivas intermutáveis (de 1/3” de baioneta), mas fica nas 720 linhas em vez das 1.080 (ainda que progressivas). Tendo a vantagem de terem surgido depois das rivais da Sony, as camcorders da Canon e da JVC apresentam cada uma argumentos únicos.

No entanto, nenhuma dessas camcorders aposta ainda na gravação em disco rígido (ainda que seja sempre possível adaptar a um PC portátil através de FireWire), como é o caso da Panasonic, com sua AG-HVX200, com gravação em DVCPRO (a 25 Mbps em cassetes MiniDV ou cartões P2), DVCPRO50 (a 50 Mbps apenas em P2) e DVCPRO HD (a 100 Mbps também apenas em P2). A alternativa de juntar o gravador de disco externo FireStore da Focus é pouco ergonômica em qualquer uma dessas pequenas camcorders, sobretudo se as quisermos usar sem tripé. A JVC é aquela que já faz a melhor integração com a unidade FireStore externa, tendo estabelecido um protocolo de controle das funções do gravador, diretamente no visor da camcorder. Evidentemente, no que diz respeito aos resultados de imagem, para tirar conclusões é necessário testá-las e compará-las e as aplicações podem variar muito, dependendo se querermos resultados mais “cinematográficos” ou “vídeo HD”. Mas o que é certo é que o passado de êxito das camcorders XL1, XL1S e XL2, a saída HD-SDI agora incorporada e o estabilizador de imagem característico dos modelos anteriores fazem dessa nova XL H1 uma clara garantia de qualidade para essa impressionante câmera de alta definição. Além de tudo o que foi dito antes, acreditamos bastante no valor seguro excepcional da objetiva 20X da Canon.

PP

***
*matéria extraída do site do informativo Produção Profissional

Sunday, October 01, 2006

panasonic hvx200














a evolução da velha DVX-100 de guerra...

***
Panasonic HVX200
workflow HD

Wednesday, August 16, 2006

prohd - o hdv da jvc*












Na batalha que decide quem vai ocupar o trono da alta definição em HDV, a oferta ProHD da japonesa JVC, com seu produto-estrela, a GY-HD100 é uma das mais ambiciosas. Tal como suas rivais, trata-se de uma camcorder com três CCDs de 1/3”. No entanto, essa câmera destaca-se por sua ergonomia mais “pro”, por ser compatível com qualquer objetiva profissional SD de baioneta de 1/3” e inclusive de 1?2” e por ser uma camcorder de alta definição a 720 linhas em modo progressivo, que aposta diretamente na produção em 24p.

Sem dúvida, a grande virtude dessa pequena grande câmera é seu look profissional, funcionando como todas as câmeras profissionais, fator importante, por exemplo, para pequenas produtoras que têm de recorrer a operadores freelance que não têm equipamento. Uma familiaridade que se estende às objetivas de baioneta, só que, nesse caso de 1/3”, ainda que se possa acoplar as objetivas largamente utilizadas pela JVC de 1/2”. Por toda a camcorder encontramos as mesmas teclas de função, um menu simples...

Não é imprescindível recorrer ao manual quando se utiliza a GY-HD100 pela primeira vez, já que quem tenha utilizado as antigas S-VHS da JVC ou as posteriores GY-DV500, DV-700 e até as mais recentes DV-5000 ou 5100 não terá o mínimo problema. O fundamental está no mesmo lugar.

No caso desses modelos anteriores da JVC, sempre se criticou o formato MiniDV por ser “pouco profissional” para trabalhar em televisão. A JVC encarregou-se de denominá-lo de forma proprietária como Professional DV, ainda que não tenha obtido o reconhecimento pretendido, e direcionou-se para outros mercados, onde teve um considerável êxito, como o dos videmakers, produtores independentes e freelancers. A Canon, por seu lado, com seu todo-terreno XL-1, foi outra marca que utilizou o MiniDV com o mesmo êxito, ainda que também tenha tido incursões importantes em produções de caráter acentuadamente profissional.

No entanto, e apesar desses êxitos, em nível broadcast, durante esses últimos tempos, acreditou-se mais no formato do cassete do que na objetiva ou mesmo na câmera utilizada. Por isso, e depois de muito ceticismo com o MiniDV (uma tendência gerada mais pelos adeptos do Betacam SP, que se negavam a acreditar que se podia gravar imagens com qualidade broadcast numa MiniDV, inclusive com objetivas de 1/2”), a concorrência também acabou por utilizar esse formato em suas gamas semiprofissionais e profissionais.

Há uns anos, a desculpa perfeita para atacar a JVC (pelo menos por parte de alguns comerciais) era qualificar o MiniDV como uma opção não profissional, sendo difícil utilizar os produtos da JVC para televisão porque se exigia DVCPRO, DVCAM ou Betacam SP como mínimo. Mas agora, passado algum tempo, é uma solução profissional para a captação de alta definição! Como mudam os tempos.

Também é verdade que a Canon ajudou muito a mudar a opinião face ao formato MiniDV com sua gama de câmeras XL, já que muitos produtores e diretores fizeram da XL-1 da Canon uma aliada perfeita para suas captações, nas quais se necessitava de uma câmera pequena e manejável. E é necessário lembrar que foram feitos anúncios em película com imagens rodadas com a pequena Canon sem que se notassem grandes diferenças (numa pequena tela, é claro).

Embora o fim do cassete seja algo que parece que vai acontecer bastante depressa, em todos os âmbitos de câmeras, nem a Canon, nem a Sony, nem a JVC apostaram ainda no disco rígido em suas soluções HDV, embora seja possível acoplar vários modelos via FireWire que funcionam perfeitamente.

Em DVCPRO HD, a Panasonic foi a primeira a fazer a aposta, mas o produto tem sofrido sucessivos atrasos. Com o esperado lançamento, ainda neste ano, da AG-HVX200 e de sua solução de disco P2, os mesmos discos rígidos FireWire externos continuarão a ser utilizados, uma vez que os cartões de memória são ainda demasiadamente caros, para uma reduzida capacidade de armazenamento (de 4 ou 8 GB por cartão).

Um passo além do HDV

Voltando à GY-HD100 – a HD101 é a versão com entrada e saída HDV, US$ 600 mais cara –, trata-se de uma câmera que está usando o ProHD, um formato que permite o mesmo nível de compressão MPEG-2 que utiliza o consórcio HDV, mas que na realidade usa uma codificação com um fluxo de dados de 19,7 Mbps – perfil e nível: MP@H-14. A camcorder utiliza três CCDs de 1.110.000 pixels e pode gravar sinal a 8 bits até 720p (1.280 X 720) a 24, 25 e 30 frames por segundo, tanto para cassete quanto para o disco rígido externo. Os formatos 1080i e 1080p estão planejados para as futuras camcorders ProHD, em estilo ENG, mas no momento é preciso esperar. A JVC, de qualquer forma, dá um passo por cima do HDV com seu ProHD, e o suporte nativo para 24 frames progressivos faz com que esse modelo possa ser mais atrativo aos olhos dos diretores de fotografia e realizadores, e o que esses mais destacam da HD-100 é a possibilidade de utilizar objetivas intercambiáveis.

Segundo a nota de imprensa da JVC depois do lançamento da HD-100, “no segmento de camcorders profissionais, as versões de mão compactas são normalmente modelos de consumo modificados”, algo que não deixa de ser correto em alguns casos, mas, nos últimos anos, essas câmeras têm mudado muito em suas características profissionais. No entanto, essa frase serve para a JVC denominar sua nova câmera como “um novo conceito de camcorder profissional de três CCDs”. E com isso recorda que “a denominação ProHD desse formato reforça e melhora o potencial do novo standard mundial HDV adotado pela JVC, Sharp, Sony e Canon”, em certo sentido, sim, ainda que, no caso da Sony e da Canon, os sensores de varrimento entrelaçado chegam, por exemplo, a 1.080 linhas. Na prática, todas essas camcorders são capazes de gerar sinais HD de 1080i a 60 campos, no caso da GY-HD100, diretamente convertendo o sinal HDV 720p já gravado.

No caso da JVC, é verdade que a ergonomia foi dirigida aos profissionais, mas, na parte de áudio (MPEG-1 layer II ou PCM a 48 KHz, sempre a 16 bit) e timecode, por exemplo, estamos longe dos parâmetros desejáveis, não existindo saídas balanceadas nem saída dedicada de código de tempo. A GY-HD100 foi concebida estritamente como uma camcorder para produção em modo autônomo, tendo duas entradas de áudio em XLR (balanceadas), com controle independente para cada canal.

Cada vez mais os profissionais vão recebendo encomendas de trabalhos em HD, além de sua produção habitual em NTSC. Por isso a JVC desenhou essa camcorder em particular para responder igualmente às duas necessidades de produção. Quando a GY-HD100 trabalha em definição standard NTSC (DV), é possível gerar vídeo tanto na relação de aspecto nativa 16:9 quanto 4:3, graças a seus três CCDs, que proporcionam uma relação nativa em 16:9 de 1.280 X 720, assim como a alta velocidade e a eficiência do dispositivo de exploração progressiva incorporado.

Sendo progressiva, a 720 e com um GOP de seis frames, a compressão HDV é talvez menos forçada do que em outros modelos da concorrência, e a edição em HDV acaba por ser um pouco mais simples. Com CCDs de 1/3” nativos de 1.280 X 720 pixels, essa câmera não é excessivamente luminosa, mas é suficientemente correta. Quem trabalha com câmeras de 1/2” é possível que note um pouco a diferença na entrada de luz, mas, em relação aos modelos anteriores de 1/2”, nenhuma chega até F13 a 2.000 lux. A GY-HD100 fica em F8 a 2.000 lux, e desde esse ponto de vista pode parecer que não é muito luminosa, mas, para aqueles que já tenham utilizado câmeras de 1/3”, não será tão grave essa falta de luminosidade. Por isso, o resultado é excelente, com uma imagem brilhante na tela e nos próprios olhos do espectador (no fim, é HD). Em situações de baixa luz, conta com um slow shutter, embora o ganho de 3 dB quase não seja notado e o de 6 dB não influencie em grande medida a imagem no modo HDV (fazendo o downconvert para SD, poderia agüentar inclusive 9 dB).

Objetivas intercambiáveis

Uma das grandes vantagens dessa JVC é, como já foi citado, a capacidade de poder mudar as objetivas. A Fujinon Th16x5.5BRMU que vem de fábrica é bastante correta, ainda que alguns operadores tenham notado que o campo visual horizontal fica um pouco mais limitado quando comparam suas captações com as filmagens feitas com suas máquinas de 1/2”, o que é perfeitamente natural. Perante isso, a proposta poderia ser usar uma grande-angular também da Fujinon, como a Th13x3.5 BRMU, mas essa objetiva custa mais do que o dobro da câmera, então achamos que o adaptador de grande angular opcional (cerca de US$ 600) é uma boa solução para as situações em que é necessário ampliar o campo de visão. O adaptador de grande angular é em muitas ocasiões imprescindível, e a qualidade de imagem é a mesma com ou sem adaptador. Outra opção é montar objetivas de 1/2” com o conversor/adaptador de baioneta 1/2-1/3. Dessa forma, ainda que não se conte com a angular, estaremos utilizando lentes de 1/2” numa câmera com CCDs de 1/3”, e pelo menos notaremos a diferença na profundidade de campo, ainda que não se note tanto na entrada de luz (que continuará a ser de 1/3”).

A vantagem dessa câmera (e por isso é tão econômica) é o fato de podermos utilizar objetivas SD de baioneta, que têm sido utilizadas nos últimos 30 anos, sem termos de montar, nem logicamente comprar, as proibitivas objetivas de alta definição. Esse tipo de objetivas HD de baioneta será necessário se no futuro a JVC der o salto para 1080i e/ou 1080p, mas o preço dessa suposta camcorder dispararia para quase o dobro (é o caso da grande objetiva 20X de 1/3” que a Canon propõe em sua XL-H1). No entanto, é o cliente que tem de decidir se quer 1.080 linhas ou se se contenta com as 720p que essa JVC oferece. Desde logo, e levando em conta que o SD ainda vai durar uns anos, essa câmera é a opção ideal para aqueles que querem fazer os primeiros testes em alta definição, ainda que trabalhem em SD. A JVC não oferece conversão descendente de HDV para SD na camcorder precisamente porque acredita que a qualidade será melhor quando se grava em HDV, se edita em HDV e se faz a conversão para SD no fim. Para quem tenha dúvidas, bastará perguntar: “Por que são produzidos anúncios em 35 mm para depois serem passados para Digital Betacam?”.

A seção da objetiva apresenta também outras características interessantes para produção HD. A JVC incorporou nessa cam-corder uma característica patenteada denominada HD Focus Assist, que não só facilita uma focagem precisa mas também reduz o tempo para obter um foco correto. Essa função gera um contorno exagerado no visor ao redor do objeto quando esse está focado. Outra característica que também poupa tempo aos operadores é o cartão de memória SD, no qual é possível guardar as diferentes configurações de câmera usadas para vários modos de operação. O operador poderá utilizar os mesmos ajustes em outra câmera, mudando o cartão de memória.

Ressaltamos ainda assim que, graças à facilidade de intercâmbio de objetivas, também é possível acoplar óticas de 35 mm, que evidentemente capturam melhores imagens tanto em HDV quanto em MiniDV, com a profundidade de campo, foco e ângulo de visão “virtualmente parecidos” a uma câmera de 35 mm. Isso é o que oferecem algumas empresas como a alemã P+S Technik, que fabricam kits que denominam de Mini35 para pequenas câmeras digitais. É uma possibilidade, sem dúvida, ainda que quem alugar ou comprar essas objetivas também possa comprar câmeras de 2/3”. Para terminar com o tema das objetivas, é preciso dizer que essa câmera permite marcas de foco, um verdadeiro zoom manual e um diafragma real, assim como todos os controles profissionais que têm sido utilizados nas últimas décadas (retorno de vídeo, botão de diafragma automático/manual, diafragma instantâneo...). Além de tudo isso, “pesa” o fato de podermos utilizar essa câmera no ombro com apenas 3,1 kg, com bateria e micro incluídos! Para um operador que durante anos carregou as pesadíssimas Betacam SP parecerá algo incrível. O suporte de ombro adaptável e o revestimento protetor fazem dessa GY-HD100 uma câmera exemplar quando se tem de trabalhar durante longos períodos. Seu peso permite o uso de tripés leves e econômicos, então se converte na câmera ideal para coletivas de imprensa, mas também para subir as montanhas do Himalaia, por exemplo.

Gravadores de disco rígido

Respondendo tanto às necessidades dos operadores de câmera quanto da área de pós-produção, uma característica especialmente relevante é a incorporação como dispositivo opcional de um gravador de disco rígido ProHD. O benefício mais direto é aumentar as durações de gravação, tanto em definição standard quanto em alta definição, que oferece o cassete MiniDV que a GY-HD100 utiliza. O disco rígido opcional DR-HD100E, disponível em versões de 40 GB e 80 GB, é uma versão OEM do disco FireStore da Focus e pode configurar-se para que se grave de forma seqüencial ou paralelamente com o cassete.

Uma das principais vantagens é dispor de um buffer de memória que evita, em muitos casos, que se perca o início de uma ação para a qual não se estava preparado. Poupar tempo na pós-produção é outra das vantagens do disco removível, já que esse é reconhecido diretamente pelo sistema de edição não linear sem necessidade de digitalizar o material. A velocidade de edição é outra grande característica dessa câmera.

O formato de gravação HDV da GY-HD100 é selecionável entre 720p/25,720p/24 e 720p/30 e o formato em definição standard PAL é selecionável entre 576i/50 e 576p/25, tanto em 4:3 quanto em 16:9. A partir de sua gravação nativa em 720p, o conversor interno proporciona em tempo real múltiplas possibilidades de saída de sinal. Esses sinais são não só em tempo real como totalmente livres de artefatos. Em HD estão disponíveis 1080i/50, 1080i/60, 720p/60 e 720p/50 e em definição standard PAL 625 estão disponíveis em 576i/50 tanto em 4:3 quanto em 16:9. No caso de ser uma produção cinematográfica, comuta-se a gravação nativa da GY-HD100 para 720p/24 e a gravação resultante poderá ser combinada de forma natural com material captado em película de 16 mm ou mesmo 35 mm. Entre outros acessórios opcionais da GY-HD100 estão o microfone de canhão, a objetiva zoom grande-angular e a base de tripé com libertação rápida.

Conclusão

Trata-se de uma camcorder mais do que interessante como primeiro passo para o HD, sendo por isso ideal para pequenas e médias produtoras que procuram uma câmera que possa continuar a trabalhar em SD NTSC (podendo-se optar entre o entrelaçado ou o progressivo) e que seja um primeiro (mas importante) passo para a alta definição através do ProHD (HDV numa versão JVC). Em alta definição capta apenas de forma progressiva, algo que é imprescindível para muitos apaixonados do cinema, mas temos de recordar que também existem apaixonados do entrelaçado, e se sente a falta de opção para comutar entre o progressivo e o entrelaçado. As vantagens são sem dúvida, como vimos, sua ergonomia profissional (trata-se da única camcorder HDV apropriada para operação no ombro), bem construída, muito leve e com um menu cheio de possibilidades, de onde se destaca a opção de rodar como no cinema, a 24p.

Tudo indica que a JVC vai continuar a desenvolver essa gama ProHD com novos modelos, integrando modelos com capacidade 1080i ou mesmo 1080p, ainda que nesses casos seja impossível que o preço se mantenha tão acessível. Uma das grandes vantagens da GY-HD100 é sem dúvida a possibilidade de utilizar objetivas SD sem penalização, já que a resolução nativa de 720 linhas desses sensores não exige objetivas próprias para HD. É uma câmera de alta definição, sim, mas com as objetivas de sempre e com excelentes funções de controle de imagem a 24P, principalmente em detalhe, matriz de cor e gamma, que proporcionam resultados HD que irão satisfazer tanto os videmaker quanto os cineastas independentes.

PP

***
*matéria extraída do site do informativo Produção Profissional